Dados da Polícia Rodoviária Federal revelam que entre janeiro e 28 de abril, foram registrados 833 acidentes envolvendo motocicletas nas rodovias federais do Paraná, número 6% superior aos 785 casos contabilizados no mesmo período de 2024. O crescimento na quantidade de feridos acompanha essa tendência, saltando de 907 para 962 vítimas, um aumento de 6,1%. O quadro mais grave, porém, diz respeito às fatalidades: 45 motociclistas perderam a vida neste ano, contra 37 no ano passado, representando uma elevação preocupante de 21,6% no número de mortes.
As motocicletas continuam sendo um dos modais mais frágeis no trânsito, situação agravada pela combinação entre a exposição física dos condutores e comportamentos de risco como excesso de velocidade, ultrapassagens perigosas e falta de equipamentos de proteção adequados. Esse conjunto de fatores contribui para os altos índices de letalidade nesse tipo de ocorrência, que representa quase 40% dos 2.296 acidentes registrados nas rodovias federais paranaenses em 2025.
Além do custo humano, esses acidentes geram grandes impactos econômicos para o país. Estudos internacionais indicam que, em nações de renda média como o Brasil, os acidentes de trânsito consomem entre 3% e 5% do Produto Interno Bruto (PIB). Considerando que aproximadamente 60% desses sinistros envolvem motocicletas, o peso financeiro dessas ocorrências para a sociedade brasileira torna-se ainda mais expressivo.
Uma análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) estimou que, somente em 2014, os acidentes em rodovias federais geraram um custo social de R$ 12,8 bilhões, sendo 62% desse valor relacionado diretamente às vítimas – incluindo despesas médicas, processos de reabilitação e, principalmente, a perda de produção econômica decorrente de incapacidades ou mortes prematuras.
A PRF alerta para a necessidade de maior responsabilidade no uso das motocicletas, destacando que a maioria dos acidentes está diretamente relacionada ao excesso de velocidade. Um trágico exemplo ocorreu no início de abril, quando um piloto de moto de alta cilindrada morreu após colidir com outra motocicleta na BR-277, na Região Metropolitana de Curitiba. O homem, de 30 anos, havia sido alertado pela PRF meses antes sobre os perigos da velocidade excessiva.
Outra prática que preocupa as autoridades é a circulação de motocicletas entre os veículos, conhecida como “corredor”. Essa manobra perigosa foi responsável pela maioria das mortes registradas em 2025, com dez casos fatais ocorrendo quando motociclistas, em velocidade inadequada, colidiram com a traseira de veículos que realizavam mudanças de faixa. Os números reforçam a urgência de campanhas educativas e fiscalização mais rigorosa para conter essa tendência crescente de acidentes envolvendo motocicletas no estado.
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